De acordo com Luana Rosales repórter no Baguete Diário, clientes do Nubank têm relatado a invasão de suas contas bancárias, com criminosos fazendo transferências de altos valores e empréstimos em seus nomes.
Em redes sociais, plataformas de reclamação e no site consumidor.gov.br, a principal crítica das vítimas é que o banco digital não possui ou não utiliza um sistema que bloqueie transações que fogem do padrão da conta.
“Em quatro minutos, os criminosos conseguiram fazer quatro Pix que totalizaram R$ 150 mil. Zeraram a conta do meu pai. Ele nunca tinha feito retiradas superiores a R$ 250,00 nessa conta. Mas o sistema antifraude do Nubank não foi capaz de identificar que havia algo de errado com essas operações”, relata uma das pessoas.
O banco se pronunciou sobre o assunto por meio de um alerta enviado para o e-mail de seus clientes no início de abril, em que chama a fraude de golpe do acesso remoto.
Segundo o comunicado, os fraudadores conseguem realizar transferências bancárias após o consumidor fazer o download de aplicativos piratas, que permitem o acesso remoto de terceiros ao celular da vítima.
A empresa alega que não se trata de falha de segurança do banco e recomendou que seus clientes baixassem a versão recém atualizada do aplicativo Nubank, capaz de prevenir o problema.
Nesta terça-feira, 11, o banco anunciou uma campanha para promover o seu pacote com mecanismos de segurança, que inclui geolocalização, inteligência artificial e prevenção a golpes.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) notificou a instituição financeira pedindo mais detalhes sobre o fato, perguntando porque não foram adotadas medidas preventivas e de que forma a companhia está lidando com as vítimas dos golpes.
“O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) obriga o fornecedor a responder pela reparação dos danos causados às pessoas consumidoras pelos defeitos decorrentes da prestação de seus serviços. Desta maneira, é responsabilidade do banco garantir a qualidade e segurança do serviço oferecido, arcando com eventuais prejuízos”, afirma Fábio Machado Pasin, advogado do Programa de Serviços Financeiros do Idec.
Segundo o órgão, é fundamental que o Nubank garanta a seus clientes a segurança de suas contas bancárias, coibindo golpes e fraudes e, quando não for possível, que assuma a responsabilidade e repare os danos causados.
“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”, diz a súmula 466 do STJ, citada pelo Idec em nota.
Após o recebimento da notificação, o Nubank tem o prazo de 15 dias corridos para enviar as respostas.
Fundado em 2013, o Nubank soma mais de 12 milhões de correntistas e já levantou cerca de US$ 820 milhões em investimentos de fundos como TCV, Sequoia Capital, Redpoint Ventures e Thrive Capital.
Fonte: Baguete.
