A Volkswagen armazenou na nuvem quase sem proteção dos dados relativos à movimentação de 800 mil carros de marcas da gigante em diversos países, principalmente na Europa.
A informação estava na nuvem da AWS sem nem sequer uma senha, e foi acessada pela Spiegel, a principal revista semana da Alemanha, que trouxe uma matéria detalhada sobre o vazamento na sua última edição.
O volume de dados chega a vários terabyte e na metade dos casos incluem dados precisos sobre a localização dos veículos ao longo do tempo, permitindo reconstruir com facilidade a rotina dos motoristas ao longo de 2024.
Os dados incluem também e-mail e endereço de alguns dos motoristas, usuários de um aplicativo da VW, permitindo o cruzamento com a informação relativa à movimentação.
A responsável pelos dados é a Cariad, uma empresa do grupo Volkswagen criada justamente para fazer o desenvolvimento de softwares e aplicativos para os carros das diferentes marcas da gigante alemã.
Na análise da Spiegel, o vazamento é “uma vergonha” para a Volkswagen, que está atrás da concorrência quando o assunto é software.
Outra dimensão constrangedora é que a Alemanha é líder mundial em regras para segurança de dados e as autoridades do país costumam criticar as políticas mais liberais dos Estados Unidos em relação ao tema.
Os dados incluem a localização de automóveis de políticos, grandes empresários, 35 carros da polícia de Hamburgo, entre outros.
Segundo a análise da Spiegel, é possível ver nos dados que carros estacionam perto de órgãos públicos importantes em Berlim, ou entram na base aérea americana em Ramstein, coisas que provavelmente alguém em Moscou já sabe nesse momento.
Uma outra possibilidade mais mundana é que criminosos usem a informação para aplicar golpes, fazendo-se passar pela Volkswagen, ou chantagear algum marido que gosta de estacionar perto de algum lugar mais suspeito.
A Spiegel procurou a Volkswagen, que disse armazenar os dados para analisar o desempenho das baterias de carros elétricos, e do próprio software dos automóveis.
A Volkswagen trata o assunto como uma “falha de configuração” e afirma que até agora não há indícios de que os dados tenham sido acessados por terceiros.
Tem ainda alguma dúvidas, quer saber mais sobre LGPD, ou precisa de ajuda, clique aqui e entre em contato conosco.
Fonte: Baguete diário